20 de julho de 2007


Mais importante que testemunhar factos, citando, reescrevendo ou, simplesmente, apontando conclusões sobre estudos relacionados com o impacto (palavra forte, mas necessária) da spina bífida e da hidrocefalia nas pessoas, pode muito bem ser, digo, mais importante, por vezes, identificar possíveis lacunas na investigação científica.

Como pessoa com Spina Bífida, pode ser-me relativamente mais fácil localizar coisas importantes – que é, como se diz, separar o trigo do joio nestas questões. Uma delas, das que mais me preocupa é, assumo-o, aquilo que é normalmente identificado como sendo comum às pessoas que, mesmo sem Spina Bífida, possam ter tido episódios de hidrocefalia: as dificuldades relacionadas com a memória de curto prazo (muitas vezes, penso, mal relacionadas com falta de atenção).

Fala-se numa memória sensorial (que localiza o corpo face ao mundo), numa memória de longo prazo (que arquiva, digamos assim, factos que podem servir-nos com frequência), fala-se noutros tipos mais intrincados de memórias mas sabe-se, acima de tudo, que a memória de curto prazo é um tipo de recordação que nos organiza perante o mundo e nos faz sentir intelectualmente a realidade.

Coisas interessantes (embora vamos lá fazer de conta que não disse isto por ser, de modo demasiado óbvio, uma consideração subjectiva). Objectivamente, coisas complicadas, mas, ao mesmo tempo, muito fáceis: vais pagar o parque de estacionamento (que já custa que se farta…), pagas, guardas o cartão, abres a porta do carro… onde está o cartão? Acontece aos melhores: e isto é a única consolação - acontecer aos melhores. Normalmente, o cartão está debaixo do rabo, que a gente lá vai aprendendo com estas coisas. Mas pode não estar. Se não estiver, vens atrás. Ou nem por isso, e tudo em ti se adensa.

Há formas de treinar a memória, algumas até relativamente fáceis. Mas haverá alguma forma de pensar nisto a tempo de não ser um problema?

Quando procuras informações e consequências e te demoras em motores de busca que ninguém pensa poderem existir… desde que não te esqueças de procurar por isto, vais ver que não encontras nada, mesmo que sejas uma espécie de intruso científico.

Ou haja alguém que prove o contrário.

fonte: wikipedia (quanto aos tipos de memória)