31 de agosto de 2007

Pela Paz, seja lá o que isso for: mesmo que a paz, como antes referi, possa ser, acima de tudo, uma questão pessoal, é importante lembrar o papel que Diana, Princesa de Gales, falecida há precisamente 10 anos, teve na luta pela proibição do uso do fabrico e do uso de minas anti-pessoais. Uma mina anti-pessoal, dizia-lo, é uma arma cobarde, sub-reptícia, capaz de matar sem aviso prévio, sem a possibilidade de sugerir a defesa do atacado.

Não há forma de defender a existência de uma arma destas, por muito que se possa falar em defesa das pessoas e das populações (e dos governos). Não há, por isso, uma forma clara de falar destas assuntos, porque tocam o absurdo; por outro lado, sugerem o contra-ataque da mais forte de todas as armas: a palavra. É por isso que, em nome de todos aqueles que, não tendo voz ou tendo uma voz incómoda (e, por isso, normalmente calada), lembro esta luta, ainda longe de um fim.

As minas anti-pessoais matam. Acabam com a existência física das pessoas. E, para além de matarem, arrancam braços, pernas, fígados, baços e outras partes do corpo que são, como sabemos, normalmente insubstituíveis. As minas, acabando elas próprias naquele momento, acabam com uma parte das pessoas que com elas rebentam. Algumas, como sabemos, estão internadas em vários hospitais do mundo ou, como alguma comunicação social gosta de pôr, atiradas contra uma cadeira de rodas.

Cambodja, Sudão, Palestina, Iraque, Tibete, Laos, Moçambique, Sri-Lanka, Somália, Etiópia, Afeganistão, Uganda, Zimbabwe, Angola, entre muitos outros países... Tudo isto – será pela Paz?

Para que se possa, para já, fazer o possível – http://www.icbl.org/
imagem: Criança Afegã amputada por rebentamento de mina anti-pessoal. Foto por John Isaac, fotógrafo das Nações Unidas (thescreamonline.com)