14 de setembro de 2007


Algumas questões têm aqui sido postas (ou postadas, como se quiser) relativas a eventuais especificidades no que toca à sexualidade das pessoas com deficiência e, em particular, das pessoas com Spina Bifida. A sexualidade, neste âmbito, não é vista como um acto mecânico, embora essa possa ser uma perspectiva das coisas tão normal como outra qualquer. Depende das situações, das lesões, da qualidade de vida e da personalidade de cada um e de cada uma, como do parceiro, parceira ou parceiros.

A questão difícil - tão difícil, no fundo, como a hiperactividade nestas coisas - é que a passividade numa relação próxima (não necessariamente amorosa) pode, de alguma forma, ser vista como uma forma de se ser assexuad@. É fácil passarmos de predadores sexuais a presbíteros placidamente sentados ao colo de quem quer ser ouvid@, de quem de nós precisa no sentido da confissão.

Com o tempo, apercebemo-nos disto como se nos apercebêssemos do tempo lá fora, pouco depois de acordarmos, do café, dos dois cigarros à pressa, do trânsito e da rotina.

A haver um problema, pode haver uma solução, e lá se vai postando como se pode. Mas a não haver um problema, pode ser apenas mais uma estranha forma de vida, tocando o fado de Amália.


Ugly ducklings do not become beautiful swans, just confident ducks.

Maeve Binchy, Escritora Irlandesa