20 de fevereiro de 2008


A inclusão escolar das pessoas com deficiência tem estado, em Portugal, subitamente encaixada nos noticiários, nos jornais, nas rádios e na web, a propósito de um diploma recente, o Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de Janeiro, que, segundo a própria lei, define os apoios especializados a prestar na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário dos sectores público, particular e cooperativo.

Quase ninguém põe em causa a necessidade de incluir as pessoas com deficiência em escolas do ensino regular, tentado a inclusão. Mas a inclusão não é apenas um conceito técnico: é uma forma de estar na vida, que implica a aceitação mútua daquilo que em nós é diferente de e para os outros. É uma práctica que vai e volta, que implica necessariamente a ideia, promovida numa frase única: tão normais quanto possível, tão especiais quanto necessário.

Segundo dados do Ministério da Educação em Portugal, existem 49 mil alunos com necessidades educativas especiais, sendo que, com a aplicação de uma simples ferramenta de avaliação funcional – a CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade) - 1300 alunos matriculados em escolas de ensino especial vão ser incluídos em escolas do ensino regular. 1300. são 1300, mas não é preciso andar na escola para se saber que existem muitos outros alunos que, com a aplicação desta ferramenta, passarão a não ter incapacidade alguma. Dar-se-á, portanto, uma espécie de milagre português que fará com que o número de alunos com deficiência e/ou incapacidade reduza drasticamente em poucos meses e seja alegremente incluído nas escolas regulares.

Na práctica, mais um dos muitos milagres financeiros que têm, recentemente, ocorrido.

dados: educare.pt
imagem: scherzer.com