11 de fevereiro de 2008


Temos uma ideia acerca daquilo que são ortóteses e do que representam no imaginário infantil e juvenil das pessoas com deficiência: uma sombra no destino, especialmente no que toca a possíveis relacionamentos. No nosso inconsciente, sempre preocupado, despir aquilo demorará uns dias, tempo suficiente para acabar com uma relação que, entretanto, nunca mais começa.

Quando o médico nos fala em ortóteses longas, a situação piora drasticamente, como se a vida se escoasse por aquela sentença clínica.

O Departamento de Ortopedia Cirúrgica da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, não acabou com este pesadelo (por vezes, mesmo necessário). Pessoas com Spina Bifida e com mobilidade consideravelmente reduzida participaram num estudo, levado a cabo por investigadores desse centro, cujo objectivo era testar a capacidade, de forma geral, de ortóteses longas feitas em fibra de carbono, substancialmente mais leves mas, de outro modo, de igual resistência à das clássicas ortóteses longas, de fivelas de couro castanho amarelado e ferro frio.

Em Portugal, é impensável pensarmos muito nestas coisas e, porque não dizê-lo?, quase utópico vê-las disponíveis enquanto ajudas técnicas. Se com as clássicas ortóteses se sabe como é...

Mas vale sempre a pena sonhar. Sem aparente necessidade de fivelas e metal pesado, a maleabilidade destas ortóteses é suficiente para corrigir a postura e ajudar à mobilidade de algumas pessoas (devidamente analisada, do ponto de vista clínico, a necessidade do uso destas coisas).

A foto não é a das melhores (há muito ainda por testar), mas dá, penso, uma ideia do que falo.