19 de março de 2007

Ameaçadas pela possibilidade de alguns cortes orçamentais profundos, as instituições ligadas à área das pessoas com deficiência, na generalidade, tremeram. Outras, timidamente, sofreram já uma morte lenta que as reduziu a uma espécie de greve forçada, sujeitas a um trabalho de serviços mínimos que diz, com verdade, do profundo e arrogante desrespeito com que as autoridades, genericamente, tratam as a instituições particulariedades de solidariedade social (solidariedade cada vez mais pontual, mais fraca, efectivamente menos social).
A ASBIHP, embora sofrendo um corte orçamental não tão relevante quanto se pensava, continua a ser uma instituição particular de solidariedade social sem fins lucrativos, o que equivale a dizer que é a infeliz vencedora de um pacote de três problemas num só: é particular, tem como fim a solidariedade social e, last but no the least, não tem fins lucrativos.
Quem por cá anda sabe que associações como a nossa só sobreviverão na medida em que criarem serviços próprios, serviços realmente úteis aos afectados e às famílias com spina bifida (porque as famílias têm, de algum modo, também elas spina bifida) que tenham um fim lucrativo.

Aqui, no entanto, reside outra questão: um serviço lucrativo não tem necessariamente que ser interessante do ponto de vista financeiro, pelo menos numa primeira abordagem. Quanto mais útil, realmente útil um serviço se tornar, mas interessante ficará, e mais dinheiro gerará. E mesmo que esse dinheiro não nos sirva imediatamente, servirá imediatamente aos políticos, que têm de justificar o outro dos dinheiros, com que actualmente, não totalmente felizes, somos contemplados.