5 de abril de 2007



Do Hebraico Pessach ("passagem"), a Páscoa, de um modo universal, é um símbolo de passagem. Atravessar um caminho, mesmo que esse caminho não seja, do ponto de vista do senso comum, religioso, é sentir-lhe o bater do coração. Dizia Alice Vieira, que dormia debaixo da minha almofada quando ainda era um puto, que todas as coisas têm um coração. Continuo a acreditar nisto. Que todas as coisas e todas as instituições tenham um coração só depende de nós: mas o coração das coisas, coisa da física, só se consegue ouvir quando fazemos silêncio dentro de nós.

Deixemos, pois, as coisas falarem. Mas não deixemos de falar delas.