17 de maio de 2007

A prevalência de casos de HIV/Sida em pessoas com deficiência é um assunto praticamente inexplorado em Portugal. A sexualidade das pessoas com deficiência, não necessariamente diferente da sexualidade considerada normal, pode assumir várias formas, isto é, pode, eventualmente e dependendo das características de cada uma das deficiências, implicar uma maior originalidade.
Ou não.

No caso das pessoas com Spina Bifida e Hidrocefalia, e mesmo a nível mundial, os recursos científicos sobre esta questão são ainda mais escassos.

Quando se fala neste assuntos, é possível que se pense que estamos a entrar no quarto das pessoas, a invadir um reduto que atravessa o lado mais íntimo das suas vidas. Tal é realmente possível, mas não necessário.

No entanto, falar sobre o HIV e as doenças sexualmente transmissíveis relativamente às pessoas com deficiência é fundamental quando se sabe que, por exemplo, o índice de contaminação pelo HIV nos Estados Unidos dentre pessoas surdas é o dobro do índice estimado para membros da população com audição normal ou, mais um exemplo, quando se sabe que, no Uganda, 38% das mulheres e 35% dos homens portadores de deficiências relataram ter tido uma doença sexualmente transmissível em algum momento da vida.

Especulando um pouco, pergunto: que relação poderá existir – mais um exemplo - entre a disfunção eréctil e o uso do preservativo? Entre a capacidade de lubrificação sexual e a existência de feridas? São questões a pensar, algumas delas analisadas neste estudo em língua Portuguesa, capturing hidden voices (em Português, capturando vozes escondidas) levado a cabo em 2004 por iniciativa do Banco Mundial e da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

A ver, apesar de extenso. Existe uma versão reduzida dos factos relativos ao estudo, em folheto informativo, aqui.

Fonte: Banco Mundial