Cientificamente falando, ainda não é conhecida a razão pela qual a puberdade, em certos casos, acontece de forma relativamente precoce em jovens com Spina Bifida. Por enquanto, apenas se sabe que algumas pessoas com doenças relacionadas com o funcionamento do sistema nervoso central (como é o caso, por exemplo, de tumores cerebrais ou meningite) são mais susceptíveis a esta situação.
Sabe-se, igualmente, que, em parte, a relação entre uma pessoa com Spina Bifida e a puberdade precoce pode ser explicada pelo facto da anatomia cerebral da mesma poder estar alterada por consequência de hidrocefalia. A pressão no interior da cavidade craniana pode, de alguma forma, ter afectado a glândula pituitária, um órgão importante no funcionamento dos mecanismos relacionados com o aparecimento da puberdade.
O aparecimento precoce da puberdade pode, mesmo assim, resultar em situações menos favoráveis, como
O crescimento demasiado rápido do corpo – na puberdade, a criança cresce, normalmente, entre 13 a 20 centímetros por ano. Embora, por várias razões, os adultos com Spina Bifida tenham, regra geral, menos 30 centímetros que a média, é certo que, pelo facto de, por vezes, o seu crescimento acontecer de forma demasiado acelerada, a paragem do desenvolvimento dos seus músculos e esqueleto se dá, também por vezes, de forma demasiado brusca e precoce.
As mudanças súbitas de comportamento – Em alguns casos, e dado que a puberdade está intimamente ligada ao desenvolvimento do sistema hormonal, os comportamentos das crianças e dos adolescentes podem tornar-se mais acentuados do ponto de vista da irritabilidade, da falta de auto-estima e da maneira como se conseguem ver.
A relação com os outros – Os jovens com puberdade precoce, sobretudos as raparigas, podem, eventualmente, ter alguns problemas de relacionamento com colegas e amigos da sua idade. O aumento do peito nas raparigas pode, em alguns casos, ser motivo de gozo por quem da sua idade lida diariamente com elas.
O isolamento – O desenvolvimento demasiado rápido do corpo pode ser um problema acrescido a outros que, associados à Spina Bifida, podem reforçar sentimentos de exclusão e de incapacidade de lidar com o corpo.
As boas notícias são que esta situação pode, quando acontece, ser resolvida, na grande maioria dos casos. Tanto o diagnóstico como o tratamento (a ser necessário) destes factores podem ser efectuados através do recurso a um médico endocrinologista pediátrico ou outro consciente da solução para aquilo que, não sendo certo, pode nem constituir um problema.
Fonte: Associação Australiana de Spina Bifida e Hidrocefalia (ASBHA), aqui
Foto: Andreia d'Oliveira (obrigado!)
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