29 de agosto de 2007


Sendo este, muito provavelmente, um post dificílimo de escrever e, por outro lado, dificílimo de entender, resumamos, pois, as coisas a factos:

Facto n.º 1 – as placas de sinalização rodoviária destinada ao estacionamento de veículos conduzidos por portadores de deficiência ou por quem, nos termos da lei, o possa fazer em seu favor podiam ser meramente simbólicos. Mas não existem, física e factualmente, no espaço e no tempo. Não são os entes de Tomás de Aquino. Existem mesmo.

Facto n.º 2 – regra geralíssima, em Portugal, os possuidores de cartas de condução (vulgo condutores) estacionam os veículos nos lugares sinalizados pelas placas acima referidas, mesmo não possuindo deficiência alguma e não estando habilitados para tal.

Facto n.º 3 – regra ainda mais que geralíssima, os agentes da autoridade responsáveis pela condução do trânsito rodoviário e o pelo respeito mútuo entre condutores não agem de forma a evitar o facto anterior.

Assim sendo, e porque factos são factos, proponho, não em nome das pessoas com deficiência ou de quem as representa mas, isso sim, em nome de quem entende que, tacitamente, as placas, considerada a sua existência planetária, não fazem sentido, uma queimada geral destes postes. Cada um deles custa cerca de 70 euros às câmaras municipais. Ora, tudo queimadinho, para além de poder ser facto considerado cultural, produziria material que, uma vez reciclado, poderia ajudar o Governo de Portugal a engordar o fundo de maneio resultante, por exemplo, das multas por excesso de velocidade ou dos custos de autorização, por parte das entidades competentes, da modificação (vulgo tunning) de alguns veículos a motor.

Este post, obviamente, não tem imagem. A ter, poderia, por exemplo, ser a demonstração da curva crescente de feridos graves resultantes de acidentes de viação que, quase por milagre, surgem como cogumelos mágicos no Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão ou noutros centros de recuperação física e psicológica.

Mas não, não tem imagem. Ou, se calhar, até tem.