23 de novembro de 2007


O Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos (AEIOT) – que foi este ano – foi oficialmente encerrado há três dias. Terá sido oficialmente aberto no início deste ano, dado que uma coisa, para ser oficialmente encerrada, tem, julgo eu, que ser, antes de tudo, oficialmente aberta.

Assim sendo, ainda bem. Apesar de não ser um especial apreciador da vontade muito moderna de igualar à força as pessoas, gostei. Foi engraçado. Passado este ano, enquanto pessoa com deficiência, sinto-me muito mais igual a todos os outros que tentam ter ao seu dispor as oportunidades que algumas pessoas sem deficiência têm.

Trocado por miúdos (a frase é, deve sempre dizer-se, não tem conotações sexuais...), sinto-me mais igual a quem é diferente. Resultou, portanto. Uma sugestão a quem teve a ideia de criar este ano: crie outro, mas dê-lhe um nome mais adequado – a minha proposta seria qualquer coisa como Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Todos Aqueles que já são Diferentes entre si Próprios. Nome grande, é certo, com uma sigla dantesca, mas verdadeiro.

(Nota: este post acontece agora, três dias depois do encerramento do AEIOT, porque o terceiro dia, na cultura e simbologia ocidentais, é genericamente representado como dia da ressurreição dos mortos. E eu, como ainda acredito no Pai Natal, acredito também em milagres, sobretudo tendo em conta o que tenho visto ultimamente... haja fé e muita, muita descontracção.)

Fonte: MTPD