5 de dezembro de 2007


O Governo Português demonstra intenção em criar um imposto (dito ecológico) sobre a utilização de sacos de plástico nas superfícies comerciais. Sem fazer quaisquer distinções entre que superfícies comerciais, independentemente da sua extensão, devem fazer aplicar esta taxa, faz uma dupla cobrança de um imposto, igualmente dito ecológico, da utilização desta forma de transportes de bens.

Sem querer questionar a importância e o impacto que uma medida destas possa ter na redução da poluição, pergunto se não faria mais sentido criar formas de transporte alternativas dos bens que poluíssem menos e fossem efectivamente recicláveis. Não seria, por outro lado, e sendo realmente necessário, proibir a utilização de sacos de plástico poluentes?

O tão proclamado princípio do poluente pagador parece, neste caso, servir interesses meramente lucrativos.

Porquê, neste contexto, escrever sobre isto? Quando vou às compras (as pessoas com deficiência também vão às compras) utilizo um número eventualmente significativo de sacos de plástico como forma de arrumar, distinguir e repartir a carga. Se o Governo Português, com este diploma, pretende que transporte a carga, por exemplo, na base do crânio, terá, nesse caso, de promover um sistema de saúde ainda mais eficaz do que o que já existe e, ainda assim, apostar na divulgação de uma ajuda técnica que me permita, a mim e a outros, tal proeza circense.

Feitas as contas desta forma, pagarei com todo o gosto os cinco cêntimos por saco de plástico que ajudarão, digamos assim, o executivo a fazer outro tipo de contas. Pagaria ainda com mais gosto este pseudo imposto ecológico se alguém que, recentemente, na Austrália, foi descoberta uma tecnologia que permite utilizar sacos de plástico no fabrico de aço. Cito o publico.pt de 14 de Novembro deste ano: “’O plástico é apenas outra forma de carbono’, explicou o especialista em materiais da Universidade de New South Wales, Veena Sahajwalla. ‘Na produção de aço, não há diferença entre o polietileno de sacos de plásticos, embalagens ou recipientes de bebidas, já que são tão naturais como o carvão’, acrescentou.”

Fonte: publico.pt
Imagem: captainpao.com