O blog faz um ano. Poderá fazer mais alguns. É costume dizer-se que estas coisas, pessoais e quase sempre intransmissíveis, são asseguradas, do ponto de vista da regularidade, por quem lê, não por quem as faz.
Agora na primeira pessoa, mais do que em qualquer outra, digo que não é bem assim, que, em boa verdade, o blog depende muito mais de quem o mantém. Alturas houve em que a falta de apoio (pela, e quero crer, impoluta ignorância e iliteracia de algumas pessoas) levou a que o meu desânimo perante o desinteresse demonstrado por esta ideia se sobrepusesse àquilo a que considero ser o direito à informação das pessoas (não apenas em Portugal como no mundo) que por aqui passam, que aqui poderão encontrar, quanto mais não seja, uma palavra – a palavra.
Acredito, como sempre acreditei, na força das palavras: as palavras redentoras, as palavras que salvam, que iluminam o peito e que são vida quente aqui mesmo, onde encosto a minha mão direita em jeito de juramento.
Não sei quem disto fez notícia, mas sei que li, algures no tempo e no espaço deste 33 anos de vida, que Sophia de Mello Breyner Andresen, num discurso de entrega de um prémio que lhe atribuíram, referia que aquilo que distinguia a boa da má poesia era, muito provavelmente, a coincidência entre as palavras e aquilo que elas, as palavras, quererão verdadeiramente dizer. O abismo insaciável entre as paredes nuas das coisas e as coisas apalavradas, com sentido, era cortado num milionésimo de segundo por uma palavra de fundo, um eco, um sonho de verdade.
Sophia usava uma metáfora estupenda: lembrou-se disso quando ia no autocarro e, ao passar pelo Campo Grande, reparou que uma das janelas do autocarro coincidia na exacta medida daquele momento com a janela de um prédio antigo. Assim a poesia, as palavras, assim a linguagem.
Continuarei até que as palavras me doam, como tudo farei para que não doam àqueles e àquelas que sempre estiveram nas minhas palavras.
Sabem quem são.
Agora na primeira pessoa, mais do que em qualquer outra, digo que não é bem assim, que, em boa verdade, o blog depende muito mais de quem o mantém. Alturas houve em que a falta de apoio (pela, e quero crer, impoluta ignorância e iliteracia de algumas pessoas) levou a que o meu desânimo perante o desinteresse demonstrado por esta ideia se sobrepusesse àquilo a que considero ser o direito à informação das pessoas (não apenas em Portugal como no mundo) que por aqui passam, que aqui poderão encontrar, quanto mais não seja, uma palavra – a palavra.
Acredito, como sempre acreditei, na força das palavras: as palavras redentoras, as palavras que salvam, que iluminam o peito e que são vida quente aqui mesmo, onde encosto a minha mão direita em jeito de juramento.
Não sei quem disto fez notícia, mas sei que li, algures no tempo e no espaço deste 33 anos de vida, que Sophia de Mello Breyner Andresen, num discurso de entrega de um prémio que lhe atribuíram, referia que aquilo que distinguia a boa da má poesia era, muito provavelmente, a coincidência entre as palavras e aquilo que elas, as palavras, quererão verdadeiramente dizer. O abismo insaciável entre as paredes nuas das coisas e as coisas apalavradas, com sentido, era cortado num milionésimo de segundo por uma palavra de fundo, um eco, um sonho de verdade.
Sophia usava uma metáfora estupenda: lembrou-se disso quando ia no autocarro e, ao passar pelo Campo Grande, reparou que uma das janelas do autocarro coincidia na exacta medida daquele momento com a janela de um prédio antigo. Assim a poesia, as palavras, assim a linguagem.
Continuarei até que as palavras me doam, como tudo farei para que não doam àqueles e àquelas que sempre estiveram nas minhas palavras.
Sabem quem são.
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