1 de maio de 2008

1 vírgula 5 de Maio e meio


Samuel Parnell, nascido em Londres em 1810, chateou-se. Era muito trabalho para um dia só, muitas horas a fazer a mesma coisa. Muitos patrões. Pouco dinheiro.

Formou um movimento, com homens interessados em fazer perceber que a vida não era só ali, que a vida num dia, num espaço de tempo de 24 horas, podia ser dividida em três: 8 horas para dormir, 8 para trabalhar, 8 para descansar.

Alguns anos, algum sangue e algumas mortes depois, fez-se do dia 1 de Maio um feriado – o dia do trabalhador, celebrado em alguns países do mundo; ora a trabalhar, ora a celebrar o trabalho. Ora a trabalhar.

Hoje, talvez pudesse fazer ainda mais sentido continuar a celebrá-lo, se Samuel Parnell não estivesse já desempregado pela morte e pelo esquecimento, ou morto de cansaço por andar à procura de trabalho, ou mesmo apagado de tédio e de vontade de mudar a vida, ou mesmo com vontade, por exemplo, de criar o dia do trabalho temporário.