11 de abril de 2008

Uma Bexiga Nova


Em princípio, a indústria farmacêutica deveria ter capacidade de resposta para produzir medicamentos em série para todas e quaisquer doenças, desde que esses medicamentos tivessem sido já inventados. Na verdade, por razões financeiras, não é assim: a categoria dos medicamentos e tratamentos órfãos existe, sendo que existe, no essencial, para pessoas com doenças raras, que, por serem igualmente raras, não justificam a produção destes medicamentos em larga escala.

Estas são as más notícias.

As boas notícias são que, apesar de tudo, existe um organismo oficial europeu – a EMEA (a Agência Europeia do Medicamento) – que, entre outras coisas, regula, controla e incentiva a produção dos medicamentos e tratamentos órfãos.

A EMEA, em colaboração com a FDA (a sua congénere norte-americana), concedeu a designação de tratamento órfão aquilo a que, genericamente, poderemos chamar a construção de uma bexiga através da medicina regenerativa e das técnicas de desenvolvimento de novos órgãos humanos em laboratório, bexiga essa especialmente desenhada para ser implantada em pessoas com Spina Bifida que possuam incontinência urinária.

A Tengion, uma empresa norte-americana com forte domínio nesta pesquisa, viu a sua patente registada e o desenvolvimento destas bexigas em laboratório vai ser promovida e incentivada tanto na Europa como nos Estados Unidos (como, por exemplo, melhorias nas condições de trabalho em laboratório e redução de impostos na eventual divulgação e comercialização desta técnica).

Serão anos, é certo, mas é possível que não sejam muitos anos. Em 2012, se tudo correr bem, a implantação cirúrgica das bexigas novas (isto é, completamente funcionais) poderá ser uma realidade como outra qualquer.

fonte: medicalnewstoday.com, tengion.com, emea, wikipedia
imagem: tengion.com