A história tem alguns dias, mas merece ser contada a todas as horas: a SIC, uma estação nacional de televisão, fez uma reportagem acerca da bendita Cimeira Europa-África que decorreu, no passado fim-de-semana, em Lisboa. Perguntava-se às pessoas que passavam na rua, em jeito de jornalismo aventureiro, se sabiam do que se tratava, na verdade, quando se reuniam líderes (o termo é relativo…) europeus e africanos numa Cimeira com um custo de cerca de €9.000.000.
Não saber responder a tal pergunta é, e falo por mim, natural. Pode até ser uma atitude responsável. Desconfio que é.
No entanto, e no encadeamento de perguntas mais ou menos desnecessárias, pergunta-se a alguém se sabe o que é o Darfur, o que lá se passa, porque é (ou não é) importante. Alguém responde que deve ser um supermercado, numa correspondência subliminar entre Carrefour – o nome de uma cadeia de hipermercados - e este local africano de tortura, morte, genocídio, guerras religiosas e constante violação dos Direitos Humanos.
Não havendo comentários sérios possíveis a fazer este sobre assunto (declaro-me incapaz para tal), pergunto apenas, se puder de alguma forma dar voz às pessoas que têm braços e pernas cortados pelas catanas dos guerrilheiros do Darfur e virilhas furadas por balas fabricadas nos quatro cantos do mundo, se vale a pena estar vivo.
Pergunto ainda e sem retórica, já agora que aqui estamos, se, aqui onde vamos pernoitando, já saímos da longa noite.
Não saber responder a tal pergunta é, e falo por mim, natural. Pode até ser uma atitude responsável. Desconfio que é.
No entanto, e no encadeamento de perguntas mais ou menos desnecessárias, pergunta-se a alguém se sabe o que é o Darfur, o que lá se passa, porque é (ou não é) importante. Alguém responde que deve ser um supermercado, numa correspondência subliminar entre Carrefour – o nome de uma cadeia de hipermercados - e este local africano de tortura, morte, genocídio, guerras religiosas e constante violação dos Direitos Humanos.
Não havendo comentários sérios possíveis a fazer este sobre assunto (declaro-me incapaz para tal), pergunto apenas, se puder de alguma forma dar voz às pessoas que têm braços e pernas cortados pelas catanas dos guerrilheiros do Darfur e virilhas furadas por balas fabricadas nos quatro cantos do mundo, se vale a pena estar vivo.
Pergunto ainda e sem retórica, já agora que aqui estamos, se, aqui onde vamos pernoitando, já saímos da longa noite.
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