30 de junho de 2007


O Centro de Pesquisa de Spina BífidaSpina Bífida Research Center -, parte integrante do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos da América, desenvolve projectos que têm por objectivo estudar as causas do aparecimento desta malformação bem como da ocorrência de anencefalia.

Cientistas deste Centro fizeram, recentemente (2006), uma descoberta que pode, a médio prazo, tornar-se importante no apuramento das razões que levam ao aparecimento destas doenças: descobriram que o gene NAT1, envolvido no processo de controlo da quantidade de folato (substância produzida pelo ácido fólico) nas células e na modificação de substâncias químicas no corpo, tem uma relação aparentemente importante no número maior ou menor de casos de Spina Bífida.

As alelas – como que, simplificadamente, extensões de comunicação entre os genes – do NAT1 podem ter mais ou menos actividade. Algumas delas, as mais raras, têm pouca ou nenhuma actividade. Ora, se tanto a mãe como o filho possuírem estas alelas pouco ou nada activas, tal facto parece significar uma redução de probabilidades do aparecimento da malformação. Tal deve-se ao facto de, ao possuírem pouca (ou mesmo nenhuma) actividade, as alelas do gene possibilitarem o aumento da quantidade de folato nas células ou, por outro lado, permitirem o decréscimo da quantidade de outros químicos prejudiciais no seu interior.

Os cientistas envolvidos nesta pesquisa sugerem que indivíduos com duas ou mais cópias destas alelas em estado verdadeiramente activo têm 2,7 vezes mais probabilidades de nascer com Spina Bífida. De outra forma, as mães que apresentem esta característica têm, igualmente, 2,4 vezes mais probabilidades de ter um filho com a malformação.

No entanto, estes resultados, embora apontem para factos, são ainda provisórios, dado que são necessários mais estudos e uma pesquisa mais alargada.

Importante é, também, referir que o Centro de Pesquisa de Spina Bífida não é apenas constituído por técnicos, e os cientistas têm um papel tão importante quanto as pessoas afectadas de Spina Bífida e suas famílias. Os estudos são efectuados por consentimento dos próprios afectados ou daqueles que possam ainda ser responsáveis pelos seus actos e a informação é tratada em estreita relação entre quem analisa e quem fornece os dados para as pesquisas.

fonte: SBRR (spina bifida research center)
imagem: aqui

29 de junho de 2007

A Spina Bifida, a Hidrocefalia e, de um modo genérico, a deficiência não valem, enquanto tema, por si só. Estamos confiados ao mundo e o mundo é a nossa situação. Julgo que antes de uma dor física, uma dor picante, existe, primordial e objectivamente, uma dor existencial, uma espécie de valor de preparação para a dor física, onde ela cabe e se afecta. Talvez por isso valha a pena falar do Mito de Pandora, uma história bela e sofisticada, eventualmente capaz de ajudar de alguém, algures, esteja onde estiver e onde se encontrar. Haja talento.

Por Zeus, Epimeteu foi incumbido de atribuir uma característica positiva a cada um dos animais. Quando chegou a altura de, como animal, dar uma característica ao homem, já nenhuma restava, porque o irmão de Epimeteu, Prometeu, demorou demasiado tempo a criá-lo. Por já não saber o que fazer e achar que o homem seria uma criatura superior a todas as outras, Prometeu entendeu que a seu irmão, Epimeteu, apenas restaria isto: atribuir uma característica ao homem que mais nenhum animal possuísse. Do Monte Olimpo, Prometeu roubou, assim, o fogo, e Epimeteu atribuiu-o à criatura humana.

Zeus não gostou, é bom de ver. Ninguém gosta que lhe cortem a luz. Enraivecido, aprisionou Prometeu, acorrentando-o e fazendo que com uma águia, todos os dias, comesse um pouco do seu fígado. Como Prometeu era um titã imortal, o seu fígado, mesmo assim, crescia. Mas a dor, insuportável, atormentava-o. Foi, entretanto, libertado.

Não satisfeito, Zeus tinha de castigar a humanidade. Criou a mulher, sob a forma de Pandora, que significa “aquela que recebe todas as dádivas”. Pandora tinha um pouco de tudo: Hefesto moldou-a do barro e deu-lhe forma; Atena vestiu-a; Afrodite concedeu-lhe a beleza; Apolo transmitiu-lhe talento musical e o dom de curar; Demétrio ensinou-a a jardinar; Poseidon deu-lhe um colar de pérolas e a capacidade de nunca se afogar; Hera deu-lhe a curiosidade e Hermes atribuiu-lhe a formosura e o charme.

Pandora, aquela que de todos recebeu. Mas a melhor de todas as dádivas foi uma jarra, que lhe foi concedida por Zeus.

Antes de ter sido acorrentado por Zeus, Prometeu foi avisado pelo seu irmão para ter cuidado com qualquer dádiva dos deuses. No entanto, já liberto das garras da águia, apaixonou-se por Pandora e casou com ela. Hermes avisou Epimeteu que Pandora era uma espécie de presente envenenado de Zeus a Prometeu. Disse-lhe ainda para avisar Pandora que nunca abrisse a jarra que Zeus lhe tinha oferecido.

Mas Pandora não resistiu. Abriu a jarra. Uma vez aberta, Pandora tratou de a fechar o mais rápido que pôde, mas dela já se tinham libertado os males do mundo – antes, um mundo fértil e pacífico. Apenas algo restou no fundo da jarra: a capacidade de prever o futuro, que trouxe, entretanto, a esperança, em tempos difíceis, às sociedades vindouras.

pesquisa: wikipedia
imagem: Pandora, por Jules Joseph Lefebvre (1836-1911), óleo em tela, 1882

27 de junho de 2007

Medula presa, medula ancorada ou síndrome da medula ancorada (ou tethered spinal cord syndrome, em Língua Inglesa) são alguns dos termos que podemos encontrar para definir uma situação clínica que ocorre, com alguma frequência, em crianças, jovens, ou até mesmo em adultos com Spina Bifida ou outros defeitos do tubo neural (DTN).

Em termos muitos gerais e sem precisão técnica absoluta (caso isso exista…), a medula ancorada acontece quando os tecidos que envolvem a medula óssea se cruzam de forma irregular com a coluna vertebral, ficando como que embaraçados e limitando os movimentos da pessoa sujeita a esta condição. Imagine-se um tubo de arame entrançado. Dentro desse tubo, um tubo mais pequeno constituído por fios eléctricos. Se o tubo interior implicar com o movimento do tubo exterior: Houston, we have a problem…

Os sintomas são, frequentemente, problemas sensoriais, problemas motores e incontinência fecal ou urinária (ou se, já existente, eventuais alterações).

Esta situação não é rara em pessoas, como se disse, em pessoas com Spina Bifida, embora aconteça mais frequentemente em crianças e adolescentes. É, no entanto, na maior parte das vezes, uma situação ultrapassável, embora, enquanto existe, seja verdadeiramente incómoda. Podem acontecer episódios de dor, de falta de sensibilidade, de espasmos, e de outros tipo de sintomas mais ou menos aborrecidos.

A medula ancorada acontece, na maior parte dos casos, porque se dá um desenvolvimento impróprio do tubo neural – daí estar normalmente relacionada com a Spina Bifida, embora possa acontecer noutro tipo de situações que impliquem, digamos assim, com este mecanismo do nosso corpo (paraplegia, por exemplo).

A medula ancorada deve ser tratada. Em idades menos avançadas, sobretudo nas crianças, a cirurgia pode ser o tratamento mais acertado para resolver esta questão. De forma muitíssimo simplificada, corta-se um ou outro nervo e alivia-se a pressão sobre a espinal-medula, permitindo aí a passagem, de forma correcta, do líquido cefaloraquidiano (LCR), ora não sujeito a pressões. Em adultos, falamos do mesmo, sendo que a cirurgia pode ter um tipo de implicações diferente, mais ou menos benéfica.

No entanto, nada melhor que uma visita ao médico (de preferência, neurologista) para poder explicar estas coisas e aconselhar acerca da melhor forma de tratamento. O importante é que fique com a ideia que a situação, normalmente, é ultrapassável.

Já sabe - siga as instruções do folheto: em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, consulte o seu médico ou farmacêutico, lido isto assim muito rapidamente… :-)

Fonte: wikipedia, SBAA. E a própria experiência nesta coisas.

26 de junho de 2007



Como a iniciativa, se de qualidade, merece, na maior parte das vezes, destaque por si só, não faria sentido não dar a conhecer o projecto de uma pessoa afectada de Spina Bífida, residente em Portugal, no Alentejo, que, com mais seis outras pessoas, estão a desenvolver uma sala de chat [um espaço na Internet onde é possível trocar mensagens em tempo real por todas as partes do mundo] destinada a promover a amizade.
O interesse por esta forma de conversação, hoje tão importante como qualquer outra, já não é crescente: é definitivo. O que seria de nós, no século XXI, sem o messenger? Em absoluto, pessoas menos abertas.
A sala de chat (em http://www.amizadevirtual.net/) é um projecto criado muito recentemente, conta já com uma média de 500 acessos mensais e tem uma franca margem de desenvolvimento. O design é interessante, a página corre de forma surpreendentemente leve e não é preciso esperar para entrar. Pelo menos, por enquanto.

Querendo, é visitar a página – está aqui. Eles agradecem.

25 de junho de 2007

Ainda o post de 28 de Maio, sobre Al Davison, artista plástico com Spina Bifida: um pequeno documentário acerca daquilo que tem feito, da forma como o faz, da sua relação com a arte e com as pessoas e das actividades na sua galeria, Astral Gypsy.

Repare-se na forma muito subtil como parece estar leve, como se para lá da matéria.


Fonte: Youtube

22 de junho de 2007

Algumas pessoas com o vírus da herpes que desenvolvam urticária estão susceptíveis à ocorrência, de seguida, de um ataque de herpes. Nesse contexto, estas pessoas podem, na verdade, desenvolver outro tipo de sintomas, digamos assim, como, por exemplo, a sensação de estarem a ser picadas por alfinetes ou outros problemas, normalmente associados à audição. Uma das estações meteorológicas dos Estados Unidos, na Florida, aproveitou alguns destes dados recolhidos junto desta população para, por exemplo, acompanhar os dados de previsão relativos ao terramoto com epicentro perto da Baía de Guantanamo, em 1998.

Em Abril de 2006, o Departamento de Astrofísica da NASA publicou um estudo da Universidade de Harvard sobre um assunto, no mínimo, muito curioso: a partir da constatação de que restos mortais de indivíduos com Spina Bifida foram sistematicamente encontrados em locais onde ocorreram grandes catástrofes naturais sem, aparentemente, a causa da sua morte ter estado directamente relacionada com o efeito dessas catástrofes (o estudo refere, em exemplo, Pompeia, a erupção do Vesúvio e o cadáver de um adolescente com Spina Bifida, enterrado num esconderijo), poderem estas pessoas, desde há muito anos, terem desenvolvido uma capacidade extraordinária de pressentir desastres naturais.

O terreno devastado por tornados, terramotos, cheias e erupções vulcânicas é, assim, objecto de análise por parte dos autores deste estudo (cientistas Norte-Americanos e Brasileiros), bem como possível previsão destes fenómenos por parte de pessoas com esta deficiência.

Estranho? Sem dúvida. Infundado? talvez. O certo é que o ramo da naturóptica (um ramo verdadeiramente recente e inovador da física moderna relacionado com a possibilidade do corpo humano evidenciar sintomas - normalmente associados à visão - relacionados com o aparecimento de desastres naturais ou com a capacidade de prever índices de produtividade agrícola) é motivo de discussão.

Eventualmente, uma moda. Eventualmente, não...

Nota: um obrigado muito especial a Andreia d'Oliveira, amiga, fotógrafa e futura arquitecta, que fez a foto para este post, acima. O seu trabalho pode e deve ser conhecido no seu fotolog, aqui)

Fonte: Wikipedia e The Smithsonian/NASA Astrophysics Data System - Digital Library for Physics and Astronomy

21 de junho de 2007

O ponto da situação: este é o centésimo post deste blog, meses após a inauguração deste espaço.

Em primeiro lugar, o professor baltazar pede desculpa pelo facto de, ultimamente, os post's não terem sido tão regulares do ponto de vista horário como, efectivamente, pretendo. O professor baltazar está de férias e isso explica, por isso, algo.

No início do próximo mês, creio, as coisas voltarão ao normal.

Em segundo lugar, alerto para a inserção de um formulário de subscrição de newsletter ASBIHP e de um formulário de pedido de inscrição como sócio da associação. Não sendo profissional nesta área, o professor tem feito os possíveis (e, às vezes, os impossíveis) para que a informação circule devidamente. Posso, por isso, adiantar, que o preenchimento destas fichas online é seguro e eficaz.

Em terceiro lugar, agradeço desde já a todos aqueles que nos têm visitado. A única coisa que posso e devo dizer, mesmo sem ser o mais importante, é que este blog tem crescido de forma exponencial, chegando aos poucos ao seu primeiro objectivo - promover a qualidade de vida de todos os afectados de spina bifida e/ou hidrocefalia e do seu meio físico e social, bem como aumentar o conhecimento sobre estas doenças e divulgar as actividades da Instituição. Para que este objectivo se vá cumprindo de forma realmente séria conto, em particular, com as visitas dos amigos do Brasil, que representam, neste momento, quase 40% do total de visitantes.

Até já.

19 de junho de 2007

Search: spina bifida. Results: agent orange, entre muitas outras coisas. Mas a frequência destas duas palavras é ainda intrigante no resultado de uma pesquisa relacionada com spina bífida ou com outras doenças do tubo neural.

Há uma razão: agent orange, ou agente laranja, é um herbicida de alta potência (libertador de dioxinas) usado pelas tropas norte-americanas na guerra contra o Vietname, entre 1961 e 1971. Esta forma de guerra química causou gravíssimos problemas de saúde aos soldados Norte-Americanos que estiveram expostos a este herbicida (desfoliante…) bem como, como facilmente se deduz, aos soldados Vietnamitas.

No Vietname, facilmente podemos imaginar o que terá acontecido. Nos Estados Unidos, de entre os soldados que regressaram e as suas famílias, contam-se vários casos de deformações e aparecimento de doenças do tubo neural, bem como se conta a luta dos cidadãos com o Estado Norte-Americano no sentido de salvaguardar os direitos de saúde e o tratamento destas pessoas.

Cientificamente, a ligação entre a exposição ao agente laranja e a spina bífida parece já não oferecer grande resistência. Uma coisa não implicaria necessariamente a outra mas o agente laranja aumentaria fortemente as probabilidades de ocorrência de spina bífida.

O aparecimento de milhares de casos de Spina Bífida nos Estados Unidos poderia ter sido evitado se o recurso a este herbicida tivesse sido evitado.

Mesmo que a paz tenha, em primeiro lugar, que ser feita dentro de nós, podemos lutar contra a guerra sob todas as suas formas. É neste território único – o da alma -, o único território que verdadeiramente ocupamos, que olhar para atrás pode muito bem ser dar um passo em frente.

Fonte: wikipedia
Imagem: infelizmente, não consigo reportar à fonte. Faz parte de um conjunto de imagens vencedoras de um concurso a favor da paz que guardei durante algum tempo no disco do portátil. A intenção é, claramente, a melhor de todas.

17 de junho de 2007


No carro, noite escura, o Tejo todo pela frente debruçado sobre um fim-de-semana prolongado. Ele diz-te qualquer coisa que te deixa embaraçada. Toca-te nos seios, rodeando-te os mamilos com a ponta dos dedos. Nas coxas, em zona de ninguém. Nos joelhos, e tremem. Um nó na garganta. Não percebes ou fazes que não percebes. Ele não percebe que não percebeste. Pára tudo. Tu mostras-te mesmo muito embaraçada, cai ali um silêncio aterrador no volante e ele, finalmente, lá percebe que tu não percebeste nada. É como se uma gaja quisesse despedir-se do corpo. Ele abre a janela. Tu também. Vou atirar-me ao Tejo, tu. Vou atirar-me aoTejo, ele. Bora lá que está frio.

Os Canadianos pensaram nisto: Cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, constataram aquilo que alguns já sabiam: quando tens Spina Bifida, sejas ele ou ela, e estás com alguém, o conceito que fazes de ti próprio é diferente, talvez menos feliz, e isso influi na forma eventualmente menos agradável com que recebe elogios ou carícias ou formas de dizer gosto de ti da pessoa de quem gostas. Isso acontece, pensam eles, porque não compreendes, pelos menos de imediato, a razão pela qual o outro te disse aquilo, naquele momento e daquela maneira. Tu, de imediato, talvez não te vejas assim, valorizada.

Segundo este estudo (More than words: reframing compliments from romantic partners fosters security in low self-esteem individuals), aqui resumido, a forma de ultrapassar a questão poderá estar no teu parceiro, parceira ou parceir@s, quando te valorizam. Se ele te perguntar como vês o elogio, e se tu conseguires, no meio daquele embaraço de saltar ao rio, explicar o que sentes quando ele te disse aquilo ou te tocou, os dois serão capazes de evitar um banho de H2O poluída. Segundo este estudo, se conseguires explicar ao teu namorado o que ele te disse (como se fosse muito burro) e a forma como a coisa bateu, na maior parte dos casos, ele irá concordar contigo e a vossa relação sairá a ganhar, bem como a forma como te vês a ti e a tua própria auto-estima.

E a dele, claro.

16 de junho de 2007

14 de junho de 2007

Enquanto a dor aguda é uma sensação normal despoletada pelo sistema nervoso central com a finalidade de alertar para uma possível lesão e a necessidade de tratamento, a dor crónica é algo diferente. A dor crónica persiste. Os seus sinais, os sinais da dor, continuam a bombardear o sistema nervoso central durante semanas, meses, até mesmo anos - é assim que o Instituto Nacional para as Desordens Neurológicas e Tromboses (NINDS), em Washington, nos Estados Unidos, descreve esta condição. Falar dela, e tocando numa questão recentemente abordada do ponto de vista científico, pode muito bem ser tocar num problema comum a muitos afectados de Spina Bifida. As já normais dores nas costas, por exemplo, poderão, até certo ponto, não serem tão normais quanto se pensa.

De relativamente difícil diagnóstico, a dor crónica tem como principal inimigo a sua existência prolongada, que pode, ao motivar habituação, desincentivar a sua cura e a consequente melhoria da qualidade de vida das pessoas que dela sofrem. A existir a dor, sobretudo relacionada à coluna, aqui ficam algum conselhos para, de algum modo, aliviar este problema:

Stretching - Fazer estiramentos antes da práctica de exercício físico ou de outras actividades físicas mais duras.

Postura - Não sentar ou encostar a algo de forma demasiado relaxada. Manter-se direit@, com o peso equilibrado nas pernas. As costas suportam o peso do corpo de forma melhorada quando a curvatura é reduzida.

Ergonomia - Em casa ou no emprego, assegurar-se que a sua superfície de trabalho está numa altura confortável para si.

Posição do Corpo - Sentar-se numa cadeira com um bom apoio lombar, em posição e com a altura necessárias para o desempenho de determinada tarefa. Os ombros devem ser mantidos para trás, em linha com o corpo. As mudanças de posição regulares dão óptimos resultados, bem como levantar-se, andar um pouco ou simplesmente esticar os músculos e aliviar a tensão neles retida. Uma almofada ou uma toalha enrolada por trás das costas garantem desde logo algum apoio lombar. Se se sentar durante um longo de período de tempo, garanta apoio aos pés através de instrumento próprio ou de uma pilha de listas telefónicas.

Vestuário - Use roupas confortáveis e, se possível, sapatos de sola baixa.

Dormir - Durma de lado de modo a evitar o surgimento (ou a sobrecarga) de possível escoliose, se possível sempre em superfície firme.

Ajuda - Peça ajuda sempre que precisar de transferir alguém (por exemplo, alguém da sua família) de uma posição baixa para, por exemplo, se sentar, ou, por outro lado, de uma cadeira para a cama.

Pesos
- Não tente levantar pesos demasiados grandes para si. Dobre os joelhos, encolha os músculos da barriga, mantenha a cabeça baixa e em linha com as costas. mantenha os objectos a levantar perto do seu corpo e, ao levantá-los, não se dobre.

Dieta
- Mantenha uma dieta que previna o peso excessivo, especialmente na forma da gordura acumulada à volta da cintura e que pode limitar o uso de alguns músculos das costas. Alimentos ricos em Cálcio, Fósforo e Vitamina D ajudam a promover o fortalecimento dos ossos.

Tabaco
- Se fuma, esqueça o tabaco. Fumar provoca a redução do fluxo de sangue levado à parte inferior da medula óssea e causa a degeneração das vértebras.

Difícil? é. Sabemos disso. É uma questão de pesar as coisas na balança da razão, havendo-a. Com calma e algum tempo.

Tudo isto e muito mais aqui.

Imagem: Ana

11 de junho de 2007


Embora estas coisas um pouco... digamos, específicas (no pior sentido da palavra) me sejam, normalmente, motivo de desconfiança congénita (e, por vezes, posterior desilusão) encontrei, por obra da autora de um blog interessantíssimo, intitulado Depois do Trauma, acerca da sexualidade na lesão vértebro-medular, um folheto – um documento que pretende ser um guia de boas prácticas para com as pessoas com deficiência.

A pretensão é, no mínimo, discutível; mas a ideia é, com toda a certeza, muito boa e o documento deve, julgo, ser lido com toda a seriedade. Brincando um pouco... far-nos-ia mal se, enquanto lesionados, também o lêssemos? :-)

Está aqui, em Inglês. Se preferirem o Castelhano, aqui. Com as devidas permissões porque não, um destes dias, passá-lo para língua portuguesa?

Imagem: integra o Guia referido, aqui.


A data para a sardinhada da ASBIHP foi alterada.

No post do dia 24 do mês passado, dizia-se que estava marcada para o dia 16 deste mês. No entanto, as sardinhas, as febras, os caracóis e os coiratos são difíceis e temperá-los sem quererem pode torná-los menos temperados e mais temperamentais.

Agora, um golpe de marketing verdadeiramente arrojado: Assim, a nova sardinhada da ASBIHP (sim, era este o golpe de marketing, o sublinhado) será realizada no dia 30 de Junho. Agora ainda mais a sério: se estiverem por perto, apareçam. Os Santos Populares também estão convidados. Três vantagens e uma super vantagem: é de borla, os bilhetes, se tudo correr bem, não vão esgotar antes do apito inicial e, além disso, vai estar vento. Outra vantagem, esta super: se tudo correr como planeado, haverá caldo verde e arroz doce.

Na sede da associação, no dia 30 de Junho, pelas 15 horas.

8 de junho de 2007

A Célula de Schwann é um tipo de célula glial que isola electricamente os nervos, permitindo a propagação rápida de potenciais de acção. Os potenciais de acção, por sua vez, são ondas de descarga eléctrica que percorrem as membranas das células. São essenciais à vida animal porque transportam rapidamente informações entre e dentro dos tecidos. São utilizados mais intensamente pelo sistema nervoso para permitir a comunicação entre neurónios e para transmitir informação dos neurónios para outros tecidos do organismo, como os músculos ou as glândulas.


cenas dos próximos capítulos em... Shefa Institute for Spinal Cord Injury Repair, no Irão.

Fonte: youtube. com e wikipedia

5 de junho de 2007

O estudo, publicado em Setembro de 2006 pelo reputado jornal de medicina do desenvolvimento e neurologia pediátrica da Universidade de Cambridge, em Inglaterra, revela-nos algumas conclusões interessantes.

Elaborado por cientistas Suecos e Escoceses, traz-nos uma perspectiva mais ampla acerca dos problemas de ordem oftalmológica que as pessoas com Hidrocefalia e/ou Mielomeningocelo (a forma mais frequente de Spina Bifida) podem, eventualmente, ter. A pressão mais ou menos forte que a ocorrência de hidrocefalia pode exercer por entre a cavidade craniana, entre outros problemas, pode afectar os nervos e músculos relacionados com a função da visão.

De entre um grupo de 75 crianças em idade escolar (41 rapazes e 34 raparigas) entre os 7 e os 12 anos de idade e já sujeitas a tratamento cirúrgico da hidrocefalia, foi identificado, em 83% dos casos, um déficit da função visual. Em 15% dos casos de crianças com hidrocefalia, foi identificada uma acuidade visual binocular inferior a 0.3. No entanto, neste caso, nenhuma das crianças possuía mielomeningocelo. Destas, mesmo com hidrocefalia associada, todas possuíam uma acuidade visual binocular normal.

Características como estrabismo foram encontradas em 69% dos casos, erros de refracção em 67% das crianças submetidas ao estudo e disfunção visual de ordem cognitiva em 59% dos pertencentes ao grupo. O estudo, por seu turno, foi levado a cabo através de vários exercícios de teste à capacidade de reconhecimento, à percepção, à capacidade de orientação ou, por exemplo, do cálculo do movimento.

Do estudo, conclui-se que, por um lado, as crianças com hidrocefalia cirurgicamente tratada podem revelar mais frequentemente alguns problemas de ordem oftalmológica. Por outro lado, conclui-se outro aspecto: as crianças com hidrocefalia associada a mielomeningocelo parecem apresentar menos problemas deste tipo que as crianças com hidrocefalia associada a factores como por exemplo a epilepsia, a paralisia cerebral e/ou problemas de ordem cognitiva.

Escusado será, portanto, dizer que as visitas regulares ao oftalmologista são, na medida do possível, ainda mais importantes para as pessoas que tenham tido episódios de hidrocefalia que para a população, digamos assim, não tão especial.

O estudo (abstract) está aqui.

4 de junho de 2007



No blog, os problemas técnicos relativos à inserção do formulário para subscrição da newsletter ASBIHP estão já resolvidos. É absolutamente seguro, na medida daquilo que a tecnologia nos pode oferecer.

Por outro lado, a inserção de um mini mapa na coluna direita, não obstante todas as funcionalidades que a internet já oferece de modo a localizar as ruas mais escondidas que se possa imaginar, poderá facilitar, sobretudo para quem conhece Lisboa razoavelmente bem, a localização da sede da ASBIHP.

São pequenos avanços, mas que sabemos haver margem para se tornarem cada vez maiores e mais importantes.

Não hesitem, pois, em subscrever a newsletter da associação por este meio, nem em usar este pequeno ponto de referência. Qualquer problema técnico relacionado com o blog, a existir, será imediatamente comunicado aos visitantes desta pequena associação de ideias, de imagens e de informações.

Aspectos a melhorar. Haverão. Mas digam-nos qualquer coisa, se quiserem.